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O que os fãs de BTS podem ensinar sobre influência nas redes sociais

O que os fãs de BTS podem ensinar sobre influência nas redes sociais

Você pode estar se perguntando porque deveria ler sobre um grupo de K-Pop neste exato momento. Provavelmente, um grupo que você nem é familiarizado com o nome. Mas vou mostrar neste artigo, porque esses músicos em específico, são um case de relevância em redes sociais e como isso levou seus fãs a se tornarem importantes figuras no ambiente digital.

 

Se você é um heavy user de redes sociais, principalmente do Twitter, já deve ter esbarrado com os chamados fancams dos grupos coreanos. Eles consistem em uma montagem com vários trechos de vídeos, como clipes ou shows, feita para atrair o olhar de qualquer um, ou para irritar também. Já que até mesmo em publicações que nada tem relação com os ídolos, parece surgir algum fã para disparar sua edição. 

 

Esse comportamento curioso surgiu como uma forma de homenagem, mas se tornou uma forma poderosa de alcance. Quem não sabia o que era K-Pop, ouviu ou viu pela primeira vez. 

 

E entre os diversos nomes que ficaram populares, destaca-se o BTS e o seu fã clube que se autodenomina Army

 

Qual a receita que deu origem ao sucesso?

 

O BTS conseguiu destaque na máquina de produzir estrelas que a Coréia do Sul se tornou, porque investiu em presença digital desde quando ninguém sabia quem eles eram. Começaram a publicar em suas mídias sociais fotos de ensaios, momentos comuns do dia a dia, e tudo que pudesse estimular os olhos curiosos, isso bem antes de estrearem para o grande público. 

 

Outra tática foi concentrar as contas do grupo inteiro em uma apenas. O projeto visava canalizar todas as informações para que a interação se acumulasse ao máximo. Os rapazes tentavam ser o mais interativos possíveis, conversando com o público e quebrando a barreira entre artista e fã. Não demorou muito para que um fandom pudesse ser criado.

 

Sabemos que viralizar não é fácil, porém o mais difícil é manter a chama da relevância nas redes sociais. Eles conseguiram fazer dos seus admiradores, seus verdadeiros “clientes”. Os fãs do BTS não descansam para que esse nome circule massivamente por toda internet. Aqui ultrapassamos o conceito de “fã clube”, porque os armys, como se autotintitulam, se tornaram um grande movimento.

 

Um pequeno exemplo desse territorialismo são os 27 milhões de votos que trouxe o prêmio da Billboard de “Melhor Artista das Redes Sociais” para Seul. Neste ponto do texto eu te pergunto: quem trabalha para quem?

 

Maiores que o próprio BTS

 

Os fãs do grupo de K-pop BTS estão caminhando à frente dos seus próprios músicos e se tornando o centro do engajamento. Eles perceberam sua influência, começaram a pensar na coletividade e no que poderia ser alcançado nas redes sociais, o resultado? Vários atos filantrópicos espalhados pelo mundo. Não há uma ação social que não consigam mobilizar os usuários nas redes sociais.

 

Fãs de BTS e o movimento #BlackLivesMatter

 

O ano é 2020 e a luta anti racista norte-americana ganhava as ruas e a internet. O BTS se manifesta no Twitter contra a discriminação, o que com certeza estimulou seus admiradores a apoiarem o movimento.

 

 

Para fortalecer os protestos e diminuir o alcance de publicações racistas, os fãs começaram a afogar as redes sociais subindo massivamente vídeos com a com a hashtag #BlackLivesMatter.  “Fizemos isso para proteger as pessoas no protesto, porque os fãs de K-pop concordam que eles não merecem ser presos por se reunir para lutar por justiça. Como esse plano foi bem-sucedido, percebemos que funcionaria com outras coisas”, explica a usuária do Twitter Lovely Doya, integrante do fandom do grupo de K-pop.

 

Eles também levantaram a quantia de US$1 milhão de dólares para ajudar ativistas e conseguiram derrubar um app suspeito utilizado pela polícia de Dallas que funcionava para “denunciar” e reprimir manifestantes.

 

 

Fãs de BTS contra Donald Trump

 

Uma das tentativas do presidente Donald Trump para recuperar a popularidade em meio à pandemia, foi o comício organizado em Tulsa, Oklahoma. O esperado era reunir 19 mil apoiadores, mas os fãs do grupo coreano reservaram diversos ingressos online para esgotar e boicotar o evento. O plano funcionou e apenas cerca de 6.000 eleitores apareceram. 

 

 

Fãs de BTS no combate dos incêndios do Pantanal  

 

Os fãs do grupo BTS também possuem bastante força no Brasil. E durante os incêndios no Pantanal em setembro de 2020 puderam mostrar como atrair atenção ao país e ajudar em uma causa importante. Usando as redes sociais, subiram a #ARMYHelpThePlanet e conseguiram inicialmente 50 mil reais para fornecer apoio logístico para os bombeiros do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ONG que atua pela proteção e conservação do Pantanal Sul-Mato-grossense.

 

 

Fãs de BTS arrecadam dinheiro para ajudar hospitais em Manaus

 

Manaus enfrenta uma séria crise de saúde pública durante a pandemia do novo coronavírus. Há falta de insumos básicos e equipamentos. Mais uma vez, estes fãs mobilizaram as redes sociais com a campanha #ArmyHelpManaus e criaram uma vaquinha que começou dia 15 de janeiro e já ultrapassou 58 mil reais (a meta era 30 mil).

 

Todo valor revertido será repassado à ONG Moradia e Cidadania, do Amazonas, que comprará os cilindros de oxigênio e prestará contas ao público no final. Você pode inclusive ajudar clicando aqui.

 

 

A Forbes diz que eles serão os novos Anonymous

 

É demais considerar o crescimento deste grupo de fãs uma ameaça cibernética? A Forbes reuniu a opinião de alguns profissionais de segurança para discutir o assunto. Um dos mais respeitados analistas de cibersegurança “The Grugq”, acredita que os chamados armys, fãs do grupo coreano BTS,  possuem sim, influência suficiente para promover ações coordenadas no ambiente virtual, e isso já foi provado.

 

De acordo com outros profissionais, o grupo hacker Anonymous apresentava esse mesmo tipo de seguidor e poder no início. Eles realizavam o “botnet social”, uma inundação de ações que geram comoção e tráfego. Segundo o engenheiro de segurança da Synopsys, esse alcance pode um dia deixar de ser positivo e vir a beneficiar ganhos pessoais.

 

O céu é o limite este grupo de K-pop e os seus aficionados. Não há dúvida do poder dessa comunidade. Essa noção de fandom audacioso e participativo já era um assunto discutido pelo estudioso Henry Jenkins, autor do célebre “Cultura da Convergência”, bem no início dos anos 2000. O que nos leva a pensar que os fãs de BTS ainda irão inspirar muitos outros movimentos.